Simples assim: ou a a gente reage AGORA a esta verdadeira invasão
fundamentalistas que ataca todos os espaços do Poder Público no Brasil,
ou no futuro "rezaremos por outra cartilha" que não a Constituição
Federal.
Para quem ainda não entendeu eis o desenho (de domínio público na internet):
As pessoas parecem não perceber, mas o inFELICIANO é apenas uma das pedras em nossos sapatos.
Por
trás dele, coupando cargos em Comissões como as de Direitos Humanos da
Câmara, mas não apenas ali, uma invasão fundamentalista toma de assalto
espaços importantes do Poder Público. E não falo apenas do Legislativo
com seus partidos e bancadas religiosas (cadê o TSE, na hora do registro
disto, gente?). Lembremos que aqui mesmo no RS terra de um "Governo
Democrático e Popular"- temos uma Comissão Evangélica, ligada
diretamente ao Gabinete do Governador. Nacionalmente aconteceu a segunda
censura a materiais didáticos sobre orientação sexual e AIDS e, até -
pasmen! - defesa de indicação de Ministro no Supremo porque é evangélico
- o que não é surpresa, já que um ministro de estado assumiu sob o
mesmo argumento em 2011.
Não se trata de um acaso de destino, mas de uma investida pensada e
articulada para poder interferir nas principais decisões que serão
tomadas de hoje para a frente. E não é uma ação no Brasil, das bancadas
religiosas brasileiras, mas um ação internacional que investe pesado na
doutrinação anti-gay em países da América Latina e da África, em
especial, mas sem poupar países europeus e norte-americanos.
Somos a "bola da vez" da inquisição moderna, mas não somos os únicos
alvos. Junto conosco negros e negras e as mulheres de uma forma geral -
e com as mulheres os direitos sexuais e reprodutivos pelos quais temos
lutado há décadas - estão na mira da inquisição do Século XXI.
A Comissão de Constituição e Justiça declarou Constitucional o
pedido para interposição de Ação Direta de Inconstitucionalidade por
entidades religiosas nacionais (prerrogativa de apenas alguns cargos
nacionais, como a presidência da república, por exemplo).
Na comissão de Direitos Humanos se estuda a chamada Lei da Cura Gay,
que pode - olhem o absurdo - revogar uma recomendação de um Conselho
Federal (o de Psicologia) aos seus filiados.
Partidos políticos
realizam cultos de uma única religião (não são encontros ecumênicos,
como no passado recente) em salas das Câmaras pelo Brasil afora.
Prende-se em uma Comissão (a de DH) um ativista que denuncia a
presença de um presidente RACISTA nesta Comissão - informação que é de
domínio público, sem que nenhuma autoridade aja contra isso e, neste
caso, quem descumpre a lei fica solto e ainda usa da "autoridade
investida pelo colegiado" (no caso a Comissão de DH) para deter quem o
denuncia de público.
InFELICIANO, como disse acima, é apenas uma pedra nos nossos
sapatos, mas uma pedra que precisa ser removida JÁ para que possamos
voltar a equilibrar a balança que separa religiosos de fundamentalistas
religiosos. Se o recado não for dado agopra de forma contundente
corremos o risco de que eles, os fundamentalstas, entendam que estão no
caminho certo: aí, nem Deus segura!
O problema é que neste momento, apesar da mobilização pesada dos
movimentos sociais (que não pode cessar!) falta-nos a voz dos partidos
na Câmara: aqueles mesmos que nos rifaram por interesse político, ou nos
relegaram a um segundo plano por interesse econômico. Fizeram, TODOS,
sem exceção, uma grande bobagem e têm, TODOS o mesmo grau de
responsabilidade pelo que está acontecendo. Assim, preciam agir de
imediato, antes que não haja remédio e atolemos juntos neste mar de
pensamento único, onde DIREITOS deixam de existir e HUMANOS são
relegados à uma terceira categoria.
A história cobrará esta fatura: veremos que nomes estarão escritos
nela e que papel terão exercido em momento tão peculiar da vida de
milhares de brasileiras e brasileiros.
Ana NAIARA Malavolta - Articuladora Regional da LBL-Região Sul
Nenhum comentário:
Postar um comentário