Carvalho pede desculpas e evangélicos veem mal-estar resolvido
BRASÍLIA, 15 Fev (Reuters) - A controvérsia entre a Frente Parlamentar Evangélica e o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, por conta de supostas declarações do ministro que provocaram mal-estar na bancada, é assunto encerrado após pedido de desculpas, afirmou nesta quarta-feira o presidente da frente, João Campos (PSDB-GO).
Carvalho participou de uma reunião com a bancada evangélica no Congresso para acalmar os ânimos, inflamados após afirmações atribuídas ao ministro. Ele teria dito, durante o Fórum Social Mundial no mês passado, em Porto Alegre, que o Estado deveria promover uma "disputa ideológica" com as igrejas evangélicas pela influência nas classes emergentes.
"(Carvalho) se retratou de forma sincera e honesta", disse Campos. "Para a Frente Parlamentar evangélica essa é uma matéria vencida", declarou o presidente a jornalistas.
Durante a reunião, Carvalho sustentou que houve uma "interpretação equivocada" de suas declarações e que seria uma "loucura" a tese de que o governo estaria se preparando para disputar espaço com as igrejas.
"Está resolvido o problema e o pedido de desculpas, de perdão, que fiz não foi pelas minhas palavras, foi pelo sentimento que elas provocaram em alguns deputados e senadores em função das interpretações que surgiram em Porto Alegre", disse o ministro após o encontro com os evangélicos, ressaltando que o governo considera as igrejas como "parceiras", principalmente no âmbito do programa de erradicação da pobreza "Brasil sem Miséria".
A ida do ministro ao Congresso para o encontro com a frente e o pedido de desculpas aparentemente interrompem a indisposição com a bancada evangélica, que nutria dúvidas a respeito da postura do governo em relação a temas polêmicos, como a legalização do aborto e de casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Carvalho levou à bancada um recado da presidente Dilma Rousseff, reiterando seu compromisso de campanha segundo o qual o governo não tomará iniciativas para modificar a legislação existente sobre o aborto e casamento entre homossexuais.
Reportagem de Maria Carolina Marcello
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