O Conselho Nacional de Combate a Discriminação e Promoção dos
Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
(CNCD/LGBT), em função da escolha do deputado federal Marco Feliciano
(PSC) para presidir a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara
dos Deputados e considerando que:
a) O deputado Marco Feliciano já se posicionou diversas vezes de
forma preconceituosa e homofóbica em relação à população LGBT, ora
defendendo que a AIDS é um “câncer gay”, ora trabalhando para que os
psicólogos brasileiros voltem a considerar a homossexualidade como
doença, ora responsabilizando os “sentimentos homoafetivos” como
causadores de ódio, crimes e rejeição;
b) O deputado Marco Feliciano também se manifestou de forma
preconceituosa e racista em relação à África, considerando como
“amaldiçoado” esse importante e negro continente que trouxe contribuição
humana e cultural para o Brasil;
c) O deputado Marco Feliciano desrespeitou, diversas vezes, as várias
denominações religiosas de matriz africana, ao defender que elas
cultuam entidades satânicas e congêneres;
Entende que o referido deputado federal não possui o perfil e
história para ocupar o cargo máximo de uma Comissão que deve ser pautada
pela defesa dos direitos humanos de todos e todas, em especial daquelas
pessoas que como apontam diversos indicadores, são as mais vulneráveis à
violência motivada, muitas vezes de forma simultânea, pela
homo-lesbo-transfobia, machismo, heterossexismo, racismo e intolerância
religiosa.
Em função do exposto, este Conselho considera essencial para o
desempenho das atribuições constitucionais e regimentais da Comissão dos
Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, que a presidência e
as demais vagas que a compõem, sejam ocupadas por parlamentares com
histórico de respeito e trabalho pela promoção dos Direitos Humanos.
Brasília, 12 de março de 2013.
Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos de LGBT
http://blogdomarioflavio.com.br/vs1/em-nota-conselho-nacional-lgbt-repudia-escolha-de-marcos-feliciano-para-comissao-de-direitos-humanos/
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