22/05/2011

Lançamento da Marcha das Margaridas - 16 e 17 Agosto em Brasília

Veja a chamada geral da Marcha das Margaridas:



Quem foi Margarida Alves?
A marcha das mulheres trabalhadoras rurais recebeu o nome de MARCHA
DAS MARGARIDAS em homenagem à ex-líder sindical, Margarida Maria
Alves. Ela foi assassinada em 1983, na porta de sua casa, por
latifundiários do Grupo Várzea, na cidade de Alagoa Grande, Paraíba.
Margarida Maria Alves era Presidente do Sindicato dos Trabalhadores
Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba, e fundadora do Centro de Educação
e Cultura do Trabalhador Rural. Ela obteve grande destaque na região
por incentivar os trabalhadores rurais a buscarem na Justiça a
garantia dos seus direitos protegidos pela legislação trabalhista.
Promovia campanhas de conscientização com grande repercussão junto aos
trabalhadores rurais que, assistidos pelo Sindicato, moviam ações na
Justiça do Trabalho, para o cumprimento dos direitos trabalhistas,
como carteira de trabalho assinada, 13º salário e férias.
Exemplo de luta e coragem
À época do assassinato de Margarida Alves, foram movidas 73
reclamações trabalhistas contra engenhos e a Usina Tanques. Um fato
inusitado, em função da então incipiente democracia brasileira, e que
gerou grande repercussão. Em conseqüência disso, Margarida Alves
passou a receber diversas ameaças. Eram "recomendações" para que ela
parasse de criar "caso" e deixasse de atuar no Sindicato dos
Trabalhadores Rurais.
A despeito disso, Margarida Alves não escondia que recebia outras
ameaças. Pelo contrário, tornava-as públicas, fazendo questão de
respondê-las. Um dia antes de morrer, Margarida Alves participou de um
evento público, no qual falou dos recados que vinha recebendo. Em seu
último discurso, registrado em fita cassete, Margarida denunciou as
ameaças que vinha sofrendo e disse que preferiria morrer lutando a
morrer de fome.
Margarida se tornou um símbolo de força, de garra, de coragem, de
resistência e luta. Um exemplo e um estímulo com grande força
mobilizadora. Cada mulher trabalhadora rural se inspira em Margarida
Alves para resistir, lutar contra as formas de discriminação e
violência no campo, qualificar, mobilizar e participar das lutas por
igualdade de gênero, por justiça e paz no campo.
O espírito de luta em defesa dos trabalhadores e trabalhadoras rurais
encontrado em Margarida foi o principal motivo de seu assassinato.
Margarida não morreu, suas pétalas se espalharam e florescem a cada
dia, se multiplicando num imenso jardim.
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