12/11/2010

Prêmio para educadora transsexual

A professora montenegrina Marina Reidel foi a vencedora do prêmio Educando para a Diversidade Sexual 2010, concedido pela Aliança Global para a Educação LGBT (Gale, na sigla em inglês), com o projeto Diga Não à Homofobia Escolar, Valorizando as Singularidades e Diferenças. Marina receberá a distinção na Câmara dos Deputados, em Brasília, no dia 23 de novembro.
Desenvolvido na escola Rio de Janeiro, em Porto Alegre, o projeto propôs a análise e reflexão sobre os temas. "Quando  você fala  de  diversidade sexual, sexualidade ou até mesmo homofobia, você entra em um universo diferente para muitos alunos", avalia Marina, explicando que os estudantes se tornam mais  curiosos e instigadores. "Ele pensa mais, reflete sobre o mundo que está vivendo e este universo humano".
As turmas de 5ª a 8ª série participaram do projeto. Entre as ações, análise de textos, filmes e obras de arte relacionadas ao tema e pesquisas sobre os diferentes tipos de violência. A cinebiografia do cantor Cazuza foi utilizado como objeto de estudo. Os alunos participaram da organização do lançamento da Cartilha da Sexualidade, elaborada pela ONG Somos, que luta pela igualdade sexual, e também redigiram um jornal escolar abordando as questões de gênero.
Para Marina, os objetivos foram atingidos. "Os alunos acabam  vivendo  estas experiência e  passam  a  respeitar  o  outro, o colega, o morador  de  rua, o gay, o negro, minimizando  questões  raciais, homofóbicas e preconceituosas". Para ela, levar a cidadania para os alunos é o mais importante. "Levá-los a entender que  vivemos  em uma  democracia e  temos  uma  Constituição,  e que  nela  os  artigos  e princípios devem  ser  valorizados  e respeitados é ter um aproveitamento  positivo  e necessário".
Trabalho intenso na Educação
Formada em Artes Visuais e pós-graduada em Psicopedagogia, Marina também é professora na Fundação Municipal de Artes de Montenegro (Fundarte). Ativista da causa LGBT, já participou de debates e palestras sobre o tema em todo o país. "Quando  assumi  minha Transexualidade, assumi  também o   compromisso  como  educadora,  de atuar para que  todos  os  alunos  fosse respeitados  igualmente  na escola, independentemente de  raça, religião, classe social ou orientação".

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