16/11/2010

Policiais fazem ato contra a violência homofóbica no centro do Rio

Enquanto o Rio de Janeiro sedia o 2º Seminário Nacional de Segurança
Pública para LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e
transexuais), um ato contra a homofobia ocorreu hoje (10) na
Candelária, no centro da cidade. O ato reuniu guardas municipais,
policiais civis e militares que lembraram os LGBTs assassinados no
Brasil. Durante a manifestação, flores foram distribuídas às pessoas
que passavam pelo local, além de bolas brancas simbolizando os
homossexuais assassinados.

De acordo com o presidente da organização não governamental Grupo
Arco-Iris, Júlio Moreira, não se pode discutir segurança pública para
o público LGBT sem assegurar a inclusão social para os homossexuais.

"Não podemos discutir a questão da segurança pública [para os
homossexuais] se não houver políticas públicas de inclusão social. Em
muitas vezes a vítima sofre violência homofóbica justamente pelas
vulnerabilidades sociais em que elas convivem. Um exemplo são os
travestis e os transsexuais, pois se expõem ao assumirem uma
identidade de gênero feminino. Com isso, eles têm dificuldade ao
acesso básico à saúde, educação e ao trabalho. Então temos que
trabalhar neste âmbito também para melhorar o quadro de discriminação
no país", afirmou.

Segundo o superintendente de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos
da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos do
Rio, Cláudio Nascimento, mesmo com a tradição das polícias serem
machistas, nos últimos anos os policiais estão mudando a perspectiva
ao lidar com a temática LGBT.

"A tradição das policias, por conta da ditadura militar, é uma
tradição ainda machista, muito conservadora. Mas, na última década,
estamos percebendo uma mudança grande nas perspectivas dos policiais,
na maneira de lidar com esta temática [LGBT]. Isso mostra que as
políticas de segurança pública para LGBT avançam e agora precisamos
aumentar ainda mais o diálogo entre a comunidade homossexual e os
vários segmentos operadores de segurança pública", disse.

O seminário, que ocorre no Hotel Guanabara, no centro da cidade,
termina amanhã (10). Segundo Nascimento, os participantes do seminário
estão elaborando um plano de ação nacional na área de segurança
pública para combater a discriminação. Eles esperam também definir um
conjunto de diretrizes para elaborar 27 planos estaduais, direcionados
às forças policiais em cada estado da Federação.

Da Agência Brasil

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