15/11/2013

Em carta ao Papa, ativista transexual critica questionário sobre famílias modernas

Em carta pública escrita nesta terça-feira, 12 de novembro, endereçada ao Papa Francisco, a ativista em direitos sexuais da organização equatoriana Siluetax, a transexual Diane Marie Zambrano parabenizou o pontífice pela inclusão de temas como casamento homossexual e populações genericamente distintas na consulta global sobre a evolução da família moderna. O questionário foi enviado aos bispos de todo o mundo com o objetivo de avaliar o desenvolvimento da família católica contemporânea.

Porém, apesar de afirmar que a medida "seja uma esperança para as populações catóicas LGBT", a missiva faz críticas a algumas perguntas presentes no documento. Sobre uma delas, que procura saber qual a atitude das igrejas ante o estado civil, promotor de uniões civis entre pessoas do mesmo sexo, e também diante das pessoas envolvidas nesse tipo de união, a ativista questiona sobre qual seria o interesse de uma religião diante das uniões civis com respeito aos estados democráticos. "Não deveriam se interessar unicamente pelas uniões eclesiásticas, por não haverem consagrado seu matrimônio diante da Igreja?", indaga.

Ainda com o pensamento de que não compreende qual o interesse que uma religião poderia ter diante de uma competência dos estados, que, segundo Diane Marie, não poderia exercer nenhuma influência de uma sobre a outra, ela descreve a atual situação de seu país, o Equador. Este é reconhecido até o momento como o país que possui a maior lista de direitos do mundo, passando do estágio de Estado de Direito para um Estado Constitucional de Direito, de democracia direta entre a sociedade e o Estado.

Com relação à pergunta sobre o comportamento pastoral da transmissão da fé para os filhos de um casal do mesmo sexo, Diane Marie salientou que ela foi formulada para aqueles que vivem em constante depressão moral e psicológica. O objetivo seria transmitir de forma "adequada" os dogmas instaurados pela religião católica aos filhos, mas que recrimina as pessoas do grupo LGBT pertencentes a outras religiões e os ateus, colocando como única via educacional a religião católica.

Por fim, a ativista declarou que espera que a Igreja repense suas atitudes para que as pessoas LGBT ou seus filhos não passem, no futuro, pelas privações que ela passou sob a influência da religião católica, a exemplo de problemas de identificação no documento de identidade, obstáculos para o casamento, adoção e ingresso no mercado de trabalho. Para ler a carta na íntegra acesse aqui.

fonte: ADITAL: http://site.adital.com.br/site/noticia.php?boletim=1&lang=PT&cod=78691

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