Qual a importância do câncer de mama?
O câncer da mama é o segundo mais frequente nas mulheres em todo o mundo, superado apenas pelo câncer de pele. Estatísticas da Organização Mundial da Saúde o indicam como a terceira maior causa de morte por câncer, em mulheres, no mundo, atrás somente do câncer do aparelho respiratório e do intestino. Em 2011, no Brasil, foi o câncer com maior taxa de mortalidade, representando 15,7% do total de óbitos por câncer. Em 2013, esperam-se, em nosso país, 52.680 casos novos da doença, com risco estimado de 52 casos a cada 100 mil mulheres.
O que favorece o seu surgimento?
Os principais fatores de risco para o câncer de mama estão ligados à idade e aos aspectos endócrinos e genéticos. O estímulo estrogênico, seja endógeno ou exógeno, produz aumento do risco proporcional ao tempo de exposição. Possuem risco aumentado as mulheres com história de menarca precoce (idade da primeira menstruação menor que 12 anos), menopausa tardia (após os 50 anos), primeira gravidez após os 30 anos, nuliparidade e terapia de reposição hormonal pós-menopausa, principalmente se prolongada por mais de cinco anos. Outros fatores incluem a ingestão regular de bebida alcoólica, mesmo que em quantidade moderada (30g/dia), obesidade, principalmente quando o aumento de peso se dá após a menopausa, e sedentarismo. A prática de atividade física e o aleitamento materno são considerados fatores protetores. História familiar, principalmente em parentes de primeiro grau antes dos 50 anos, é importante fator de risco para o câncer de mama e pode indicar predisposição genética. Entretanto, o câncer de mama de caráter hereditário corresponde a cerca de 5-10% do total de casos.
Quais os sintomas da doença?
Na maioria dos casos, a doença é diagnosticada pela mamografia antes do surgimento de qualquer sintoma. O sinal mais comum de câncer de mama é o aparecimento de nódulo, geralmente indolor, duro e irregular. Outros sinais são edema cutâneo semelhante à casca de laranja; retração cutânea; inversão, vermelhidão, descamação ou ulceração do mamilo; e secreção papilar, especialmente quando é unilateral e espontânea. Podem também surgir linfonodos (ínguas) palpáveis na axila.
Como podemos fazer sua prevenção?
A prevenção primária do câncer de mama está relacionada ao controle dos fatores de risco reconhecidos. Os fatores hereditários e os associados ao ciclo reprodutivo da mulher não são, em princípio, passíveis de mudança; porém, fatores relacionados ao estilo de vida, como obesidade pós-menopausa, sedentarismo, consumo excessivo de álcool e terapia de reposição hormonal, são modificáveis. Estima-se que por meio da alimentação e da atividade física é possível reduzir em até 28% o risco de a mulher desenvolver câncer de mama. Além disso, para evitar consequências mais graves da doença, é muito importante o diagnóstico precoce. Quando o câncer de mama é identificado em estágios iniciais (lesões menores de dois centímetros de diâmetro), apresenta prognóstico mais favorável e elevado percentual de cura.
Como fazer o diagnóstico precoce?
A orientação do INCA (Instituo Nacional do Câncer do Brasil) é que a mulher realize a autopalpação das mamas sempre que se sentir confortável para tal (seja no banho, no momento da troca de roupa ou em outra situação do cotidiano), sem nenhuma recomendação de técnica específica, valorizando-se a descoberta casual de pequenas alterações mamárias. Para as mulheres de 40 a 49 anos, a recomendação é acrescentar o exame clínico anual (com um profissional especializado), reservando a mamografia diagnóstica para os casos de resultado alterado do exame clínico. Segundo a OMS, a inclusão desse grupo no rastreamento mamográfico tem hoje limitada evidência de redução da mortalidade. Uma das razões é a menor sensibilidade da mamografia em mulheres na pré-menopausa, devido à maior densidade mamária. A recomendação para as mulheres de 50 a 69 anos é a realização da mamografia a cada dois anos, além do exame clínico das mamas anual. A mamografia nesta faixa etária e a periodicidade bienal é a rotina adotada na maioria dos países que implantaram o rastreamento organizado do câncer de mama e baseia-se na evidência científica do benefício desta estratégia na redução da mortalidade neste grupo. Segundo revisões sistemáticas recentes, o impacto do rastreamento mamográfico na redução da mortalidade por câncer de mama pode chegar a 25%. Já a Preventive Services Task Force dos Estados Unidos recomenda a realização de mamografia a cada dois anos dos 50 aos 74 anos, e afirma não haver, no momento, benefício comprovado do exame clínico das mamas a partir dos 40 anos. Mulheres com risco aumentado de desenvolver câncer de mama (as que têm mãe ou irmã com câncer de mama antes dos 50 anos; história familiar de câncer de mama bilateral, câncer de ovário ou câncer de mama masculino) devem iniciar o acompanhamento médico aos 35 anos, seguindo recomendações individualizadas.
Como é feito o tratamento?
Importantes avanços na abordagem do câncer de mama aconteceram nos últimos anos, principalmente no que diz respeito a cirurgias menos mutilantes, assim como a busca da individualização do tratamento. O tratamento varia de acordo com o estadiamento da doença, suas características biológicas, bem como das condições da paciente (idade, status menopausal, comorbidades e preferências). As modalidades de tratamento do câncer de mama podem ser divididas em tratamento local (cirurgia e radioterapia) e tratamento sistêmico (quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica).
Qual o prognóstico da doença?
O prognóstico do câncer de mama depende da extensão da doença (estadiamento) e de uma série de características de cada caso, como tamanho do tumor, idade do paciente, tipo histológico, comprometimento ganglionar, presença ou não de receptores hormonais, etc. De maneira geral, quando a doença é diagnosticada no início, o tratamento tem maior potencial curativo. O índice de cura dos tumores diagnosticados precocemente é bastante elevado, superando os 90% em muitos casos.
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