Após manifestar opinião pessoal sobre aborto, nova ministra diz que
governo não irá alterar legislação
http://www.abortoemdebate.com.br/wordpress/?p=1893
janeiro 4th, 2011 | Autor: admin
No final de 2010, a nova ministra da Secretaria Especial de Políticas
para as Mulheres, Iriny Lopes, manifestou sua opinião pessoal sobre o
tema do aborto. Segundo ela: "Não vejo como obrigar alguém a ter filho
que ela não se sente em condições de ter. Ninguém defende o aborto, é
respeitar uma decisão que, individualmente, a mulher venha a tomar".
Ontem, porém ao tomar posse, fez questão de reiterar o compromisso que
a presidente Dilma Rousseff assumiu durante o segundo turno da
campanha presidencial, de que o governo não irá mexer na atual
legislação sobre o aborto. Atualmente o procedimento só é permitido em
casos de estupro e risco de vida para a mãe ou para o bebê.
"Não terá alteração na legislação. A presidente Dilma se comprometeu
com isto. Qualquer alteração nesse sentido será feita pelo Congresso"
Lopes disse que dará continuidade aos trabalhos da secretaria e terá
foco no combate à violência contra a mulher e à miséria. "Como vamos
colocar as mulheres para trabalhar e serem autônomas se os filhos
continuarem sendo tarefa exclusivamente feminina? Temos que aprofundar
o papel do Estado e trabalhar a cultura da responsabilidade dos
filhos", afirmou.
Abaixo, a reportagem da Jovem Pan Online do dia 28/12/2010, entrevista
Paula Viana, uma das articuladoras das Jornadas Brasileiras pelo
Direito ao Aborto Legal, que lembrou que criminalizar o aborto não
impede sua prática. "Na verdade, é uma lei que só funcionaria para as
mulheres pobres, pois as que tem algum poder econômico, elas conseguem
facilmente o contato com uma clínica".
Outra questão pouco discutida no país diz respeito a quantidade de
mulheres que morrem durante a prática. Em entrevista ao repórter
Leandro Andrade na reportagem da Jovem Pan, a ginecologista Albertina
Duarte lembra que o aborto é a quarta causa de morte materna no
Brasil. Segundo Albertina Duarte, a mulher que aborta é vítima da
deficiência no atendimento médico e da falta de informação e de
diálogo em família. Para a médica, fala-se muito em gravidez e
anticoncepção, ao passo que o aborto fica de lado, ocupando um espaço
restrito nos programas de prevenção.
Fontes:
O Globo em 03/01/2011
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